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domingo, 14 de fevereiro de 2016

O VENDEDOR DE TEMPO

 Num belo dia, mais especificamente, em um sábado, Alex e seus pais foram num parque de diversão.
 Foram dar uma olhada nas barraquinhas de comida. Entre elas havia a barraca do algodão doce, a da maçã do amor, pipoca e paçoca. Mas algo que chamou a atenção da família foi a barraca que tinha como título:
            O VENDEDOR DE TEMPO.
 Os pais de Alex fizeram comentários do tipo '' é apenas para chamar a atenção" ou ''é marketing do forte", mas Alex, achou interessante e resolveu se aproximar.
 - Oi moço, que legal o título da sua barraquinha. Qual é o seu nome? O que o senhor vende aqui?
 - Olá garoto. Eu sou o Tempório, eu vendo tempo.
 - Como assim "vende tempo''? - disse Alexa, mãe de Alex.
 - Eu tenho uma longa história para contar...Vocês tem pressa?
 - Temos um pouco de pressa.
 - Bom, assim começa a minha história!
''Eu sempre reparei, desde criança, como as pessoas não tinham tempo para nada. Meu tio vivia dizendo: Nossa vida, como o tempo passa. Não da tempo de fazer nada!
 Eu crescia com a mesma reclamação na boca de todo mundo, então comecei a pensar o porque das tantas reclamações. Na primeira semana após a minha entrada no 5º ano, comecei a entender do que todos reclamavam, eu chegava da escola a tarde, tomava um banho, fazia meus deveres e quando ia olhar o relógio: já era hora de dormir, nem brincar mais eu não podia por causa da falta de tempo!
 Então decidi pesquisar no dicionário o que era tempo e ele dizia apenas: uma época, um período. Clima meteorológico, vento, ar.
 Não me adiantou nada, então fui perguntar aos meus pais e eles disseram: Ah, tempo é tempo ué!
 Também não era isso que eu queria, eu queria uma explicação mais lógica. Passaram-se alguns anos e esqueci da minha pergunta. Mas um certo dia, ( no dia que eu ia fazer o vestibular ) eu lembrei daquela pergunta que me intrigava tanto. Eu cheguei na universidade e perguntei ao instrutor o que era tempo. Vocês podem achar que ele me deu uma bronca, ( até eu achei que ia levar uma ) mas em vez disso eu ouvi uma resposta mais explicativa, vamos dizer assim. Ele  me disse algo + ou - assim:
 - O tempo, por exemplo, está dentro dos relógios, dos livros e dos verbos. Ele pode significar poeira e antiguidade ou tecnologia e futuro. Ele também pode significar pressa ou tranquilidade.
 Isso me fez refletir e me trouxe, por alguns minutos, lembranças da minha infância.
 Fiz o vestibular e passei em 3º lugar. Fiquei muito contente e então repensei no que eu ia me formar. Desde a minha infância, eu estava entre médico e advogado, mas hoje, lembrei  da resposta do meu instrutor e cheguei a conclusão que queria ser cientista. Meus pais concordaram e fui fazer a faculdade.
 Me formei e perguntei-me : aonde eu ia trabalhar? Pensei no tempo. O que eu podia fazer para que as pessoas tivessem mais tempo para fazerem o que gostavam?
 Agora já tinha a ideia, pensei no projeto e fui a invenção do meu produto.
 Meu projeto saiu do papel  e foi para o comércio. Mas os patrocinadores faziam piadas do meu produto. Resolvi então, vir para este parque apresentar-lo aos visitantes.
 Vocês são os primeiros que vem para saber da minha história e não julgam o produto antes de conhecê-lo e me conhecer"
 - Vou dar quantos saquinhos de tempo vocês quiserem. Quantos vão querer?
 - Acho que podemos levar uns três sacos - disse o Alexandre, pai de Alex.
 - Tempório, quem são os seus pais? - perguntou Alex.
 - São aqueles ali - disse Tempório apontando para vendedores de uma barraquinha cujo título era:
 OS VENDEDORES DE FELICIDADE !!!!




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