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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

AQUELA MENINA...

'' Aquela menina sentava na última carteira da fileira da parede.
 Ficava sempre, escondida pelas cortinas, em silêncio e quando não estava resolvendo exercícios, estava lendo um livro, com, (suponho) umas quinhentas páginas.
 Todo dia, ao término da aula, ela saía com sua bolsa sem olhar para os lados.
 Mas um detalhe, que não podemos deixar de fora: ela era nova na escola.
 Hoje começava a segunda semana em que ela estava por ali e nós precisavamos fazer o trabalho da escola em duplas. Eu queria ficar com a Laura, mas a professora  me escolheu para fazer dupla com quem? Com aquela menina que até agora eu não sabia o nome.
 Eu vi que ela não estava com disposição de trazer a carteira dela junto a minha, então eu mesma fui até lá.
 Tentei pensar pelo lado bom de fazer amizades, mas eu já tinha uma amigona, que era a Laura, e não precisava de mais amigas. Mas como não tinha opção, comecei do início:
 - Oi, qual é o seu nome?
 - Vanessa - disse ela friamente e torcendo para que eu parasse com as perguntas.
 - Observei que você é meio quieta, está tudo bem?
 - Vamos fazer o trabalho ou não? - falou ela tentando acabar com a conversa e pensando que eu iria me intimidar.
 - Sim, só queria saber se você estava bem.
 Faziamos o trabalho e, enquanto terminavamos, percebi que ela era muito rápida para escrever e produzir textos. Após o término da tarefa, achei que ela ia pegar seu livro e apenas ler, mas ao invés disso ela pegou um bloquinho de anotações, escreveu algo em uma folhinha e colou na minha carteira. Eu li e estava escrito:


QUAL É O SEU NOME?

 Eu olhei para ela, mas já tinha pegado seu livro, que tinha como capa:

                                           UM CORAÇÃO DE PRINCESA
 Respondi na mesma folhinha:


ANA. SOBRE O QUE FALA O LIVRO?

 Colei na mesa dela novamente e fui para o meu lugar.
  Durante o recreio, ela veio falar comigo:
 - Fala sobre uma princesa que tem o coração duro igual uma pedra, e para não magoar ninguém, ela se isola do mundo. Mas um dia, ela decide procurar uma solução e se abrir para todos.
 Acho que foi a frase mais comprida que ela já tinha falado na escola.
 No dia seguinte, no recreio, Laura e eu andávamos e ela estava me contando como havia sido legal fazer par com Mariana. Eu já estava ficando aborrecida e com ciúme, quando a Vanessa chegou ao meu lado e disse:
 - Quem é ela?
 - Essa é a Laura: Vanessa-Laura, Laura-Vanessa.
 - Oi - respondeu Laura friamente a Vanesa, que falou furiosa:
 - Desculpe se atrapalhei vocês, só queria mesmo conhecer a sua amiga!
 Depois que ela se afastou, perguntei para Laura:
 - Por que você foi tão grossa com a menina?
 - Eu não fui grossa, e apropósito, quem foi o seu par ontem?
 - Foi a nova menina que não se sente confortável aqui e tenta fazer amizades com pessoas que não merecem a sua confiança!
 - Já que tem tanto dó, vai andar com ela e ser dupla dela daqui por diante!
 - Acha que eu  precisava da sua permissão? - e saí atrás de Vanessa.
 Eu não precisei correr muito, pois ''aquela menina'' estava muito próxima de nós e agradeceu milhares de vezes de como eu a defendi. Nisso, acabou o recreio e nós entramos para a sala.
 No outro dia, Vanessa andou comigo no recreio e começou a me contar sobre a sua vida, mas de repente, ela parou e me perguntou:
 - Vai viajar amanhã?
 - Não, por que?
 - Eu queria te convidar para brincar comigo.
 - Podemos ver com a minha mãe.
 - Legal, me passa o telefone dela.
 - Tá, é 1235-3312, agora me passa o da sua.
 - É 8763 -1035 , então, hoje a noite nós te ligamos.
Fomos para a sala e quando eu saí da escola ela me disse:
 - É assenav o código.
 - O que?
 - Assenav.
 A noite, recebemos uma ligação que dizia:
 - Alô, qual é o código?
 - Que código?
 - A Vanessa valou para a Ana.
 - Só um minutinho.
Minha mãe perguntou para mim qual era e eu disse:
 - É assenav?
 - Isso mesmo, nós gostariamos de convidar a sua filha e vocês para almoçarem aqui amanhã.
 - Legal, qual é o endereço?
 - R. Barão do Rio Rosa, BAIRRO Centro, nº 1113.
 - OK. Até amanhã.
No outro dia, meus pais e eu chegamos na casa de Vanessa as dez e meia da manhã, e apenas dei um oi a família dela e já fomos para o quarto. Seu quarto, digno de uma princesa, possuía muitos livros e medalhas com o seu nome e a que mais me chamou atenção estava escrito:
                   
                     MEDALHA DE MÉRITO ACADÊMICO:
  LEU DOIS LIVROS DE 150 PÁGINAS EM MENOS DE                                                    QUATRO HORAS!
Vanessa Aipse.

 - Esta medalha eu ganhei ano passado na minha antiga escola - disse Vanessa vendo o meu interesse nela.
 - Muito bonita, mas algo que me interessou... O que significa a palavra após o seu nome?
 - É uma longa história, mas você tem que prometer que não contará para mais ninguém além dos seus pais, beleza?
 - Que é isso, para que tanto suspense assim?
 - Promete ou não?
 - Tá bom, prometo.
 - Então vou contar...
 Nesse momento os pais de Vanessa nos chamaram para almoçar.
 Eu vou ser sincera com vocês, comi correndo para poder saber o tal segredo, mas parecia que Vanessa não parava de comer! Vi no relógio que depois que eu terminei, ela levou apenas cinco minutos para finalizar o seu almoço.
 Eram 13:43 quando a garota dos ''mistérios'' começou a contar o segredo:
'' Minha família é de um país quase desconhecido pelo mundo.Ele é muito calmo e não tem nem 5% de criminalidade, (segundo uma pesquisa feita ano passado,) uma pessoa a cada cinco milhões é criminosa.
 Lá, as escolas não ensinam matérias, como português e matemática, e sim a como as crianças previnirem a criminalidade, alertando como preservarem a segurança do país e do mundo. Desde que nascemos recebemos um nome ou sobrenome secreto, por exemplo o Aipse, lendo ao contrário fica Espia, só não tem acento pois ficaria muito na cara que é espiã.
 Nós viemos para cá pois soubemos que esse país estava no vermelho em relação a segurança.
 Estamos a procura de um quarteto que anda, digamos, poluindo todo o mundo, com criminalidade e medo ''
 Eu, como vocês já devem adivinhar, fiquei de boca aberta com a história.
 Não tive como evitar um pensamento alto:
 - Então você não fala com as pessoas com medo de que elas descubram que são espiões...
 - Isso!
 Eu gostaria de tirar todas as minhas dúvidas com a Vanessa sobre aquilo, mas ela me convidou para brincarmos lá fora.
 Segunda-feira eu observei que, depois do recreio, a professora havia chamado Vanessa e Laura para conversarem fora da sala, o que na verdade eu achei aquilo uma coincidência e tanto, pois hoje, durante o recreio, eu saí da escola para ir ao médico, que por sinal falou que eu estava com uma enxaqueca.
 Elas retornaram e Vanessa estava com os olhos cheios de lágrimas. Quando me levantei da cadeira para investigar o que estava acontecendo, tive uma tontura e voltei a sentar.
 Na hora de sair, escrevi para Vanessa em um bloquinho:
   Me ligue!
 As  18:00 recebi a ligação dela.
 - Alô
 - Oi, Vanessa
 - Oi, queria falar comigo?
 - Sim, na verdade saber o que aconteceu durante o recreio.
 - Então, eu estava andando e a Laura me enpurrou e começou a puxar meu colar que arrebentou e deixou o meu pescoço vermelhinho. Mas não doeu, só na hora que deixou marcado. Mudando de assunto, você sabe quem são os pais da Laura?
 - Sim.
 - Quem são?
 - São: Alberto Albuquerque e Roberta Rossana.
 -
 - Vane?
 - Desculpe fui pegar uma folha, pode repetir os nomes?
 - Alberto Albuquerque e Roberta Rossana.
 - Obrigada. E eu observei que você saiu no recreio, escutei a professora falando que ia ao médico.
 - Sim, eu estou com enxaqueca e hoje tive uma tontura, até esqueci de contar para minha mãe.
 - Ann?
 - Desculpe, só pensei alto.
 - Na verdade, baixo.
 - É, HAHAHA
 - Hehe.
 - Tchau
 - Até amanhã.
 As 22:00 lembrei de contar para a minha mãe sobre a tontura que eu tive durante a tarde, na escola.
 Ela rapidamente ligou para o médico que cuidava de mim e avisou sobre o acontecimento. Ele indicou um remédio chamado: ENXATURA.
 No dia seguinte madruguei, pois estava com náusea. Fiquei andando para ver se o mau estar passava, meus pais levantaram pois perceberam que eu já tinha acordado.
 Eles ligaram para o doutor que veio até a minha casa e deu uma dose um pouco mais forte do ENXATURA. Ele também indicou que eu ficasse em observação por hoje.
 Meus pais aceitaram e não foram para o trabalho para cuidarem melhor de mim.
 A manhã foi chata naquela maca dura.
 Para o almoço, recebi alguns agradinhos comestíveis da Cecília e do Arthur ( meus queridos pais).
 Eram 16 horas 44 minutos e 01 segundo quando eu voltei a ter tontura e dor de cabeça forte.
 Um minuto depois, chegaram médicos que logo pegaram o termômetro e observaram que eu estava com febre.
 As 17 horas, depois de muito suor e sonequinhas intercaladas com beijinhos, chegou a Vanessa que já tinha saído da escola par ame dar um apoio literário.
 Ela me deu três de seus livros, eram eles:
 - O Sumiço do Vaso Quebrado
 - A Amizade de Verdade
 - Um Coração de Princesa 2
 Eu estava muito curiosa para ler Um Coração de Princesa 2, que tinha como capa:
             
                                                      UM CORAÇÃO DE PRINCESA 2
 Apenas esperei a Vanessa sair da sala de observação, e abri o livro que eu estava morrendo de curiosidade para ler.
 Na primeira folha, após a capa, caiu uma papelzinho que dizia assim:

                                ACHAMOS 2 INTEGRANTES DO QUARTETO.
                                                  ASS. Vanessa Aipse
 Obs: Você, a Cecília e o Arthur, estão convidados para vir Sábado (amanhã) a noite jantar conosco,  conto detalhes sobre as primeiras palavras do bilhete lá.
                                                                                                               Bjs.
 Eram 21:30, pontualmente, quando o doutor permitiu que eu voltasse para casa e saísse da sala de observação.
 Cheguei em casa e avisei o papai e a mamãe sobre a janta de Sábado, eles resolveram ligar para a casa da Vanessa para confirmar que iríamos.
    Enquanto isso, na casa dos Aipse...
 - Calma filha, eles falaram que ligariam da base de controle as 22 horas em ponto, e agora são vinte e uma e cinquenta e oito.
 - Eu sei pai, mas eu estou ansiosa para saber qual será a próxima instrução do que fazermos com o grupo, por exemplo se conseguirmos achar os outros integrantes.
    Na casa da Ana...
 TUP-TUP-TUP-TUP--TUP-TUP-TUP-TUP!
 - Alô, é o pai da Vanessa?
 -
 - Está dando ocupado, pessoal - disse Arthur para mim e Cecília.
    No mesmo instante, na morada de Vanessa...
 - Alô, são os Aipse?
 - Sim, base, na escuta.
 - A senha?
 - Assenav.
 - Exato! Vocês que ligaram pedindo instruções sobre o que fazer com um grupo?
 - Sim - disse o Wyllyam Aipse, colocando a ligação no viva voz.
 - Então, quantos e quais os suspeitos já encontrados ou identificados.
 - 2 já foram identificados e os nomes são...Ahn - Falou o Aipse pedindo a Vanessa a folha onde estavam escritos os nomes - só um instante por favor.
 - Claro.
 - Eles são um casal, e são chamados de - tentava enrolar o papai enquanto a mamãe procurava o papel, no qual eu tinha escrito os suspeitos do caso e entregado a ela - de...
 - Algum problema com vocês, Aipse?
 - Nenhum -  falou Vane se intrometendo na conversa e falando os nomes, pois havia decorado quando Ana falou para ela no telefone - Ele é o Alberto Albuquerque e ela a Roberta Rossana.
 - Pode repetir, por favor?
 - Sim, Alberto Albuquerque e Roberta Rossana.
 - Obrigado, vocês sabem o endereço dos suspeitos?
 - Ainda não, mas garatimos, é fácil descobrir. - disse Vanessa entregando o telefone para a mãe.
 - Os outros criminosos, podemos encontrar por via do nosso sistema. Ele se infiltra nos meios de comunicação usados pelos suspeitos já identificados e procura todos os contatos e vê o histórico de pesquisas feitas pelos usuários e assim chega-se até o resultado da pergunta: Quem são os criminosos?
 - Ótimo, e para infiltrar o sistema é necessário o que exatamente?
 - Apenas o E-mail dos 2 identificados.
 - Ok.
 - Qualquer dúvida, entrem em contato comigo pelo Whatsapp, beleza?
 - Whatsapp? - perguntaram todos os Aipse's
 - Sim, é uma conta que em algumas pessoas de vários países usam para se comunicare rápidamente.
 - Mas qualquer coisa ligamos, acho ser mais simples...
 - Decidam aí, Tchau
 - Tchau
 - Qual é a senha?
 - Assenav
 - Só quis confirmar, hehe.
 - Beleza, até.
    Na moradia de Ana...
 - Vamos tentar ligar a última vez pai - eu falei
 - Combinado, a última!
 TUP-TUP-TUP-TUP--TUP-TUP-TUP-TUP!
 - Alô?
 - Casa do Wyllyam, pois não?
 - Sim, é da casa do Arthur, só ligamos para confirmar o convite da janta amanhã.
 - Que bom que aceitaram.
 - Então, já que nos veremos a noite, a Ana sugeriu que a Vanessa viesse para cá de manhã, para elas poderem aproveitar melhor o dia.
 - Só um instante.
 - Ok.
 -
 -
 - A Vane disse que as nove da manhã estará aí para elas brincarem.
 - Beleza, obrigado, Até.
 Eu fiquei muito animada, pois poderia saber antes do combinado o que mais eles conseguiram descobrir.
 No outro dia, as 9:10...
 - Sobre o bilhete Vanessa, não vai conversar sobre quem são e como descobriram os '' 2 '' ?
 - Vou, estava apenas esperando você tocar no assunto, pois estou precisando de ajuda.
 - Fala logo!
 - Então, os suspeitos são os pais da Laura.
 - Como? Laura? Aquela Laura? A Laura Rossana Albuquerque?
 - Isso, mas encurtando as explicações, nós precisamos saber quem são os comparsas deles.
 - E como vai ser isso?
 - O chefe da base espiã falou que ele tem um programa que vai descobrir quem são por meio de informações sigilosas dos aparelhos de comunicação deles.
 - Até aí parece simples, mas qual é o '' abacaxi'' da história?
 - Nós precisamos de ajuda para descobrir, primeiramente o E-mail e futuramente o endereço.
 - Se esse é o abacaxi, considere-o descascado!
 - Você tem as informações?
 - Claro, só que antes tenho que consultar os meus pais para ver se eles me dão a permissão de passar os dados.
 - Mas, sem pressão... Vai demorar?
 - Se demorar, 10 minutos será um exagero! - Falei e fui contar a história toda aos meus pais.
  Oito minutos depois, com a história contada, recontada, explicada e desenrolada...
 - Voltei Vane!
 - Que bom, e eles permitiram?
 - Sim, e ainda se propuseram a ajudar no que for necessário. Apenas demoraram entender que a história era real.
 - Que ótimo! Passe então.
 - O dele é: albertoc5r4i3m2e1@hahoo.som.bt
    o dela é: robertac1r2i3m4e5@hahoo.som.bt
 - Beleza, obrigada, tem o endereço?
 - Sim, Rua Jardim das Rosas 1551 - Bairro Margarida.
 - Ok, sorte que sempre tenho meu caderno de anotações com sete cadeados comigo.
 - Quer os telefones também?
 - Não precisamos agora, mas... melhor sobrar do que faltar!
 - O do Alberto é 3321-4432 e o da mulher é 5543-6654.
 - Obrigada Ana, você é uma amiga perfeita.
 - Por nada, mas mudando de assunto, obrigada pelos livros daquele dia.
 - Imagina. Quando chegarem lá em casa vou mostrar a coleção de  livros que eu tenho.
 - Estou ansiosa para vê-la.
 Brincamos por mais alguns minutos e então a mamãe, ou melhor, Cecília, nos chamou para almoçar.
 O almoço estava uma delícia, tinha alface, brócolis, cenoura, arroz, feijão, sushi, farofa, maionese e carne de frango frita com gengibre.
 De sobremesa, tinha brigadeiro de panela, mousse de maracujá e espetinhos de fruta.
 Depois da nossa refeição, Cecília, boleira de mão cheia, disse que ia fazer um bolo de chocolate. Ía ser um bolo com uma camada de uma massa bem molhadinha outra com um ganache de chocolate branco, outra camada de massa, outra de ganache de brigadeiro de panela ( que ela tinha feito de sobremesa, mas sobrou ), outra de massa, outra com ganache de chocolate branco, outra de massa e, enfim, cobertura de chocolate derretido com bolachas recheadas para enfeitar. Observei que a Vane ficou babando para provar aquele bolo, sinceramente, eu também fiquei.
 Fomos para o meu quarto continuar conversando e brincando as 14:13, depois de termos ajudado a mamãe a fazer a massa do bolo.
 Estava sentada na cama enquanto Vanessa mexia nos meus livros, até que ela perguntou:
 - Posso ver seu diário? Eu deixo você ver o meu caderno de anotações!
 - Pode ler! Mas posso espiar o seu caderno?
 - Sim, pega. - Disse, aquela menina, me entregando o caderno.
 Eu comecei a olhar, na primeira página estava escrito:
   Primeiro dia de aula na minha nova e provisória escola!
 E na segunda, que estava contente pois estava conseguindo fazer amizades, na terceira ficou triste e assim por diante.
 Vanessa começou a olhar o meu diário e viu que eu era muito amiga da Laura, e vi que ela estava quase chorando de culpa quando eu pensei em mostrar a ela o quintal onde estava montada a piscina com um mini escorregador e o Jardim dos meus pais e falei:
 - Tive uma ideia Vane! Não quer ver o jardim e o quintal lá atrás da casa?
 - Pode ser - disse ela melhorando em 100% o seu humor.
 Chegando lá, até eu levei um susto de como o escorregador mudou.
 O Arthur logo chegou e disse que era um presente fora de época para mim e sugeriu que eu e a Vanessa estreassemos o tobo-água. Nós corremos para dentro para nos vestirmos. Eu emprestei um dos meus maiôs, nos vestimos, passamos protetor solar e fomos para a piscina.
 Saímos apenas as 18:00 horas, pois estava escurecendo. Nos vestimos e fomos para a casa dos Aipse.
 Como o combinado, chegamos lá e eu logo fui com a Vane para o quarto dela e começei a investigar a coleção de livros . Vi também uma lista que estava assim:
- O livro dos Sonhos de todas as Espiãs
- Um coração de Princesa
- Um coração de Princesa 2
- Bolsa Amarela
- A menina que roubava Livros
- Um coração de Princesa 3
 Ela viu minha curiosidade e respondeu que era uma lista de todos os livros que ela queria adquirir.
 Sempre que ganhava algum deles, riscava da lista. Agora para ficar satisfeita, só faltava a 3º volume da coleção que ela mais gostava.
 Jantamos uma comida deliciosa feita pelas nossas mães e uma carne assada feita pelo Arthur e pelo Wyllyam. Durante a janta, a Vanessa repassou as informaçãoes que falei para ela, aos seus pais, que anotaram e fizeram várias cópias de segurança.
 A mamãe estava fazendo o maior suspense com aquele bolo e ele ficou lindo. Antes de comermos, tiramos essa foto:

 Comemos metade do bolo, pois estava delicioso. Após isso, voltamos para o quarto e eu perguntei quando seria o aniversário dela. Ela me respondeu:
 - Vai ser semana que vem, Quarta-feira, precisamente.
 - Que bom, tem alguma coisa em vista para ser de presente?
 - Imagina! Eu não quero nada, apenas a presença de você e sua família na minha festa de aniversário, que será no Sábado.
 - Se não contar, eu vou descobrir! Olha, olha! - eu disse sorrindo para ela.
 - Hehehehe.
 - Haha!
 - Filha! Vamos embora! Vamos deixar os Aipse's ligarem para os chefes e contarem os dados dos suspeitos. - disse o papai, da porta do quarto.
 - Tá bom! Estou indo.
 Voltei para casa com o papai e a mamãe, coloquei meu pijama. Peguei um lápis e comecei a pensar sobre o que dar para a Vanessa de aniversário. O problema, é que eu não sou rica, nem posso fazer algo espetacular. Mas eu tinha certeza que algo criativo, eu poderia achar...












 No dia seguinte, eu levantei, liguei o computador da mamãe e comecei a pesquisar sobre o livro da lista mais almejado e ainda não conquistado pela Aipse. Adivinha? Ia ser lançado, nas livrarias da cidade, Terça-feira. E agora?
 Enquanto eu planejava o que fazer, minha mãe chegou e perguntou:
 - O que está pesquisando, filha?
 - Sobre um livro que quero dar de presente para a minha melhor amiga.
 - Ele já foi lançado?
 - Não exatamente. Ele vai ser lançado um dia antes do aniversário da Vane.
 - É a Aipse?  Daí a coisa muda de figura. Eles são uns amores conosco, faria quase tudo para satisfazê-los.
 - Alguma solução?
 - Duas opções: ou eu compro um pacote pronto para agilizar, ou, eu falo com a minha amiga, que acasualmente, é a autora do livro e peço para ela, além de vender um exemplar, ela ainda poderia autografá-lo.
 - Eu amei a 2ª opção! Poderia pedir a ela, então?
 - Sim. Agora, vamos toma café?
 - Claro, estou morrendo de fome!
 Passei o dia mais tranquila, e só agora que fui lembrar, que, melhorei depois do dia em que fiquei em observação.
 Segunda-feira fui a escola e resolvi planejar com a turma uma mini festinha para comemorar o 11º aniversário da Vanessa. Falamos que cada um ia trazer o que combinamos na sala, só que secretamente, sem a aniversariante saber.
 De noite, recebi uma ligação da família Aipse e conversamos o seguinte:
 - Oi, qual é a senha?
 - Assenav, o que desejam?
 - Então, só ligamos para informar que o sistema já entrou na cena.
 - Que bom! Já desconfiam de alguém?
 - Na verdade sim. Você conhece Roberto Albuquerque e Humberta Rossana?
 - Conheço de nome, acham que são os ''outros''?
 - É muito provável, mas queria confirmar. Eles não são os tios, por parte de pai da Laura?
 - Já ouvi ela falando deles uma vez, na verdade ela contou que em uma reunião que eles fizeram no Bairro Samarita, eles tiveram que sair correndo pois tinham umas viaturas seguindo os seus rastros e...
 - Como foi? Perseguidos? Pela polícia? Consideiraria o primeiro passo já pisado.
 - É verdade! Qual será o próximo passo?
 - Não tenho certeza, mas acho será mais difícil que o 1º.
 - Sei que vocês conseguirão, qualquer apoio que precisarem, é só falar. Até amanhã.
 - Até!
 Na vespera de aniversário da minha colega, fui a escola e percebi que alguns alunos tinham trazido guardanapos, copos e pratos dentro das mochilas. Durante o recreio eles colocaram rapidamente os artigos de festa dentro do armário.
 A noite, eu perguntei a mamãe se ela tinha avançado na missão de conseguir o livro para a aniversariante. Ela me entregou o livro autografádo e disse que conseguiu ganha-lo e ainda foi comprometida numa promessa em que elas seriam as primeiras a lerem a 4º volume daquela coleção.
 Consegui dormir muito bem aquela noite.
 No dia seguinte, acordei e, antes até de tomar café, liguei para a casa dos Aipse's e já comecei a conversa cantando parabéns a Vane. Ela agradeceu muito e falou que já era confirmado que os criminosos eram os tios e os pais da Laura. Disse também, que agora teriam que capturá-los e colocá-los na cadeia de segurança máxima ''daquele país'', para que o mundo fique mais pacato e protegido. Eu disse que entendi, me despedi e desliguei.
 Na escola, na hora do recreio, a professora falou a Vanessa para ela ir no pátio que os outros tinham tarefas atrasadas para fazer. A turma ajeitou as mesas, colocou balões e organizou as comidas e bebidas. Eu fui chamar a aniversariante para a festa. Viemos e ela levou um susto no momento em que chegou e viu a sala toda enfeitada para ela. Fizemos a festinha, cantamos e voltamos a estudar, mas uma hora antes da saída normal, ligaram do telefone da mãe de Vane e pediram para ela sair mais cedo, eles estariam esperando por ela em cinco minutos.
       No carro da família Aipse...
 - Filha, achamos onde estão os criminosos nesse momento. Temos que aproveitar a oportunidade e pegar todos de uma vez em uma reunião secreta, e achamos que deveria participar, pois agora já tem a idade para fazer várias coisas que uma espiã adulta faz - a mamãe falou toda feliz e um pouco apressada enquanto o Arthur acelerava para chegarmos logo no lugar da reunião.
 - Que legal mãe, mas como vamos fazer isso. Chegamos lá e pronto, rendemos eles?
 - Vamos fazer assim...
       Chegando lá...
 - Olá, gostariamos de uma informação. - disse o Wyllyam como quem não quer nada.
 - Manda aí, cara! - Disse Alberto Albuquerque de resposta a Wyllyam.
 - Gostariamos de saber se poderiam nos ajudar. Eu e a minha família queremos tomar um café na melhor cafeteria da cidade e queriamos saber qual é. Como gratidão levaríamos todos para servirem de companhia. Podem ajudar?
 - Só um instante - disse a mãe de Laura
 Cochichos depois...
 - Sim. Vocês são de onde mesmo? - disseram os quatro.
 - De... -falou o pai de Vane tentando enrolar.
 - De Romalã, uma cidade do interior, perto daqui.- respondeu Vane, ajudando o pai.
 - Nunca ouvi falar.
 - É uma cidade bem pequena. Vamos então? - perguntou a mãe de Vanessa, ligando a gravadora, a filmadora e ajustando as algemas discretamente e rapidamente. Foram movimentos super ágeis.
 - Sim.
 Entramos no carro, Cecília deu as algemas a filha e falou entre cochichos:
 - Devagar, se perguntarem, fale que são apenas pulseiras e que são tradição de família.
 A aniversariante estava com o coração batendo muito rápido, mas sabia que essa oportunidade ela não teria de novo. Começaram a agir.
 Wyllyam Aipse ligou a chave na ignição e perguntou qual era a melhor. Como o carro era de 7 lugares, dois na frente e cinco atrás, Vanessa foi junto com os futuros presos para consegui executar o plano.
 Enquanto a mãe e o pai da aniversariante enrolavam os bandidos no papo, Vane colocava as algemas nos prisioneiros. Quando ela estava quase terminando de cadear o último, ou melhor a última, a prisioneira percebeu que estavam fazendo algo com ela. Mas o pai da Vanessa já tinha tudo planejado se algo desse errado. Ele apertou um botão do sistema de segurança máxima das algemas, que trancaram-se sozinhas e injetaram anestesia de aproximadamente meia hora neles.
 Eles fizeram uma ligação com video para os chefes,  que falaram que já estavam enviando um avião do país dos Aipse's para buscar os espertinhos.
 Rapidamente chegou o avião que era feito de um material muito reforçado para suportar tiros e até mesmo alguns tipos de dinamite. Os Aipse's ficaram muito contentes com a missão cumprida. E assim tudo se resolveu. Não podemos falar que não tiveram mais assaltos e crime naquele mês, mas eles fizeram o que puderam para diminuir esses acontecimentos.''




Resumo: Os Aipse's baixaram o Whatsapp; Eu fiz as pazes com a Laura, que agora está morando com os avós; os criminosos ficaram reclamando que foram algemados por um criança; os Aipse's compraram um carro com dez lugares; A espiã aprendiz fez a festa, eu entreguei o livro tão desejado, (que ela amou) e, por influência da filha do Arthur e da Cecília, ficaram no país em que Vane completou a sua primeira missão e sugeriram aos chefes que enviassem espiões para morarem em diferentes países para que quando ouvessem criminosos lá, eles já estivessem por perto.
  

Obs: fotos tiradas da internet!